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Paragominas – Solenidade de entrega da Comenda Dra. Viviane Marins

Em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 21 de novembro, a Câmara Municipal de Paragominas realizou sessão solene para a entrega da Comenda Dra. Viviane Marins.

O evento ocorreu na noite de sexta-feira, 26 de novembro, no plenário daquela casa de Leis e contou com a presença de populares e do comandante do CPR (Comando de Policiamento Regional) VI – Ten. Cel. Denis Gonçalves.

Entrega da Comenda Dra. Viviane Marins, no ano de 2019 – Reprodução

A Comenda Dra. Viviane Marins foi instituída no ano de 2019, quando personalidades negras de variados setores da sociedade foram agraciadas.

Os agraciados desta edição foram; Antônio Porfírio da Cruz Carmo, Maria Luiza dos Santos Carvalho e Raniele Xavier de Jesus Silva

A primeira a receber a homenagem foi Maria Luiza dos Santos Carvalho, a Zizinha. Ela recebeu a comenda das mãos do vereador Neldson Missão e de seu irmão de coração, o vereador Hésio Moreira.

Zizinha recebendo ladeada pelos vereadores Hesio Moreira (esq.) e Neldson Missão (dir.) – Imagem: Célia Santos – Notícias Diárias

Maria Luiza dos Santos Carvalho, idade 69 anos, natural de Colatina/ES, filha de Terezinha Luiza dos Santo e Antônio Ambrósio de Carvalho.

Em Itauninha – ES, no ano de 1966 foi entregue pela sua mãe a família Scatamburlo Moreira quando esta tinha 14 anos, seus pais tinham nove filhos pequenos e eram trabalhadores rural de uma fazenda vizinha e por falta de condições pediram para cria-la.

O Sr. Pedro Moreira Sobrinho que era delegado e pecuarista naquele município, assumiu Maria Luiza dos Santos como filha e aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro, acompanhar seus irmãos adotivos, Dr Hesio Moreira e Marcos Moreira até concluírem suas formaturas académicas.

Retornando a Paragominas/PA, quando Sr. Pedro Moreira já residia aqui, colaborou na criação de outros sete filhos adotivos da família.

Maria Luiza dos Santos Carvalho, até hoje faz parte da família Moreira e reside em Paragominas conhecida popularmente como nossa querida Zizinha.

Raniele Xavier e o vereador Sandro Marques – Imagem: Célia Santos – Notícias Diárias
Raniele Xavier e a vereadora Tatiane Helena – Imagem: Célia Santos – Notícias Diárias

A segunda homenagem foi para a advogada Raniele Xavier de Jesus Silva. A entrega foi feita pela vereadora Tatiane Helena, mas a homenageada pediu para registrar o momento ao lado do vereador Sandro Marques por haver indicado seu nome.

Raniele Xavier de Jesus Silva, mulher negra, advogada, mãe e esposa.

Quanto a sua origem, ela é filha da dona Marizinha e José, ambos baianos. I5la sempre explica esse detalhe, ser filha de baianos, pois as pessoas costumam afirmar que ela não tem cara de ser paraense rsrsr.

Raniele é descendente de negros escravizados na Bahia e isso explica muito sobre sua forma de se posicionar sobre o tema, sobre sua trajetória no que tange a promoção da consciência negra, a luta pela superação do racismo e a promoção de políticas públicas de inclusão é importante destacar que ela:

  1. Foi bolsista integral e cotista pelo Programa Universidade Para Todos.
  2. Atuou no coletivo Rede de Mulheres Negras, em Belém, durante o período da faculdade;
  3. Participou da Marcha das Mulheres Negras, em Belém do Pará.
  4. Participou da Campanha Mulheres Negras Amazonidas:
  5. Contribuiu na organização/realização do Cine Afro da Defensoria Pública do Estado do Pará, que apresentou à comunidade diversos filmes e documentários sobre as relações étnico-raciais;
  6. Produziu o artigo Política afirmativa de cotas: Possibilidade jurídica e de judicialização.
  7. Ingressou, como estagiaria, na Defensoria Pública do Estado do Pará em maio de 2016. Em junho foi convidada a ser estagiária responsável pela pasta de racismo e injúria racial no Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Pará.
  8. Em Paragominas, como palestrante, contribuiu e contribui com diversas instituições, entidades e movimentos.
  9. Em 2019 apresentou ao Vereador Hésio Moreira Filho, presidente desta casa na época, a proposta da sessão especial em alusão a consciência negra e este abraçou a proposta.

Dessa forma, como observado em sua trajetória, sua presença em todos os espaços que circula e circulou é um ato político por natureza, pois, corajosamente, é capaz de questionar, provocar reflexões e denunciar a violência e a desigualdade Social, principal mente contra negros e mulheres.

Antônio Porfírio da Cruz Carmo – Imagem: Célia Santos – Notícias Diárias

O último homenageado foi Antônio Porfírio da Cruz Carmo. A honraria foi entregue pelo vereador Frankly.

Antônio Porfirio da Cruz Carmo, brasileiro, Cristão, Pastor e Cantor evangélico, paraense, natural de Abaetetuba, nascido no dia 15/06/1955, casado, pai de quatro filhos, todos paraenses.

Esposo de Maria Auvina Fernandes Carmo, reside em Paragominas,  cidade onde iniciou sua carreira de servidor em 09/02/1976, na Unidade Mista de Paragominas, admitido na Prefeitura Municipal em 1981 e permaneceu até 1984. No mesmo ano começou sua carreira de educador na Escola Estadual Presidente Castelo Branco, onde trabalhou por 33 anos.

No ano de 1994 exerceu o cargo de Secretario de Cultura do Município. Em 1995 Exerceu o cargo comissionado de coordenador de Saúde do Município.

Porfírio, como é conhecido, é fundador e foi presidente por 4 anos, do Conselho Municipal de Saúde. Ele segue em atividade, exercendo a função de Enfermeiro. Concursado, graduado e habilitado em saúde pública e obstetrícia médico/cirúrgica pela UEPA em 1999.

Especializado em pedagogia de formação de profissionais na área de enfermagem (UFPA/Fio Cruz), Enfermeiro especialista em Neonatologia e Pediatria (ESAMAZ), Enfermeiro especialista em Administração em Saúde, enfermeiro especialista em nefrologia multiprofissional (UFMA), enfermeiro especializado em Enfermagem em UTI (Unyleya) e enfermeiro Auditor em Saúde (Unyleya).

Tutor do método canguru no Ministério da Saúde, atualmente lotado e efetivo do corpo de enfermagem do Hospital Municipal de Paragominas.

Nesse 45 anos de Paragominas esteve sempre ao trabalho da saúde, da educação do povo cristão e dos servidores públicos. Tem um grande respeito por todos os seu gestores e companheiros.

Durante a solenidade, houveram apresentações de capoeira e poesia.

A Dra. Viviane Marins, que dá nome à comenda, foi uma médica cirurgiã carioca, negra, que morou em Paragominas e foi assassinada pelo marido em setembro de 2010. Preso, no ano de 2013 ele foi condenado a 22 anos de prisão.

Depois de mais de 20 horas de julgamento, o técnico de enfermagem Francisco Charles dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato da esposa, a médica Viviane Marins dos Santos. O crime aconteceu em 20 de setembro de 2010, na rodovia BR-010, no nordeste do Pará. Francisco foi condenado por sete votos a zero, todos os jurados decidiram pela condenação. O acusado recebeu a pena de 22 anos por homicídio, com dois agravantes: motivo torpe porque não queria perder o patrimônio, já que a mulher teria pedido a separação; e por ter impossibilitado a defesa da vítima, que morreu com um tiro na nuca. A defesa sustentava a tese de que o réu trafegava pela rodovia BR-010, nordeste do Pará, no sentido Belém-Paragominas quando o casal parou para ajudar uma pessoa que pedia auxilio na estrada, mas na verdade a “vítima” estava preparando uma emboscada para realizar assaltos. Durante a abordagem, a defesa alega que Francisco teria tentado desarmar o assaltante, que atirou nele e na esposa. Já os promotores afirmavam que Francisco foi responsável pela morte da mulher por conta de interesses econômicos. Segundo o Tribunal de Justiça do Pará, testemunhas apontam que a vítima pretendia se separar do marido, o que poderia dificultar a estabilidade financeira do acusado. (G1)

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