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Socializando – Jorginho Quadros presta homenagem a Célia Santos

Quem estava de berço ontem, 17 de novembro, era a querida amiga Célia Santos – a mulher da comunicação. E eu não poderia deixar de registrar, ainda que com certo atraso, toda a admiração por essa joia que temos entre nós, que além de tudo é dona de uma simpatia contagiante. Sobretudo, por se tratar de uma marca tão emblemática, são 50 primaveras que ela revela sem nenhuma reserva, e já que é assim, tampouco serei deselegante ao trazer sua idade à tona. Muito pelo contrário, pois, são anos bem vividos. Aliás, a proposta aqui é justamente falar desses “detalhes tão pequenos” dessa mulher conhecida pelos seus múltiplos talentos que executa com paixão e responsabilidade. Muitos a conhecem do site Notícias Diárias, outros, pela voz do rádio. Contudo, poucos conhecem a trajetória de vida desta mulher e eu gostaria de partilhar com aqueles que seguem ela por aqui. Garanto que à medida que estas linhas se desenrolem, o carinho e a admiração pela mulher por trás da voz e das letras também desabrochará como flor de fino perfume. Então, pegue um café e se acomode na cadeira, que eu tenho uma história para te contar.

Maria Célia de Oliveira Lima Santos nasceu em Parambu, Ceará, no dia 17 de novembro de 1972. Filha de Francisca Gomes de Oliveira Lima (76), conhecida como Francineide, e de João Vieira de Lima, o senhor Chapeuzinho, apelido que ganhou quando se mudou do Ceará para o Goiás, pois por trajar sempre uma boina vermelha. Ele era “marreteiro” (crediarista), profissão herdada pelo irmão mais velho, o Marcélio, que segue firme na lida. A família chegou em Paragominas em junho de 1981, Célia tinha 8 aninhos. Ela, mais cinco irmãos. Em Paragominas nasceu a sétima filha do casal.  Infelizmente três deles partiram jovens. Os remanescentes ainda moram na cidade. Pirralha acesa, cheia de sonhos e vontade de vencer, começou a trabalhar aos 9 anos, vendendo literatura de cordel no Mercado Municipal. Ela conta que era um senhor de Irituia que trazia as obras do Nordeste, o pai não entendendo como trabalho, permitia que Célia ganhasse seu trocado semeando poesia. Ela era a própria menina que vendia palavras, numa livre associação com o conto de Ignácio de Loyola Brandão, cujo personagem trocava, negociava palavras com os colegas. Certamente, esta atividade influenciou a trajetória da pequena que hoje, tal qual o autor da obra citada, é redatora e radialista, ou seja, uma vendedora de palavras. Com o recurso ela comprava as próprias coisas. A moça tinha tino para os negócios, a mãe logo percebeu, então, além das palavras, ela começou a vender bolos e outras deliciosidades que a mãe, cozinheira de mão cheia, preparava. O talento de Francineide a levou a abrir um restaurante o qual não poderia ter nome mais apropriado: Felicidade.

Passaram-se os primeiros anos na nova cidade, sempre alegre e comunicativa, fez muitos amigos, não demoraria – como não demorou – ela ia começar a atuar na profissão pela qual hoje é reconhecida. Ela tinha 15 anos de idade quando trabalhava como caixa em um estabelecimento chamado Casa da Gente e estudava. Quando tinha uma folguinha, encostava na casa do senhor Samuel Cardoso Câmara, que ficava de passagem. Ele era prefeito na época e proprietário da Rádio Tropical AM, pioneira da cidade. Na sua vasta biblioteca, havia uma enciclopédia e ela, como trabalho escolar, precisava de informações sobre os ministros de então. O encontro foi frutífero, pois, mais tarde, Samuel a convidou para assumir um programa na rádio. O ano era 1988 e ela fez estágio com Tânia Cristina e Jorge Quadros. Ali começa a sua história na comunicação. Estava traçado o destino.

Nos próximos dois anos, Célia se dedicou à escola e ao rádio. A carreira foi interrompida momentaneamente quando se casou em 1990, mesmo assim, auxiliava o pastor Albenir, da igreja Batista Missionária, no programa de rádio “O Rei Está Voltando”. Em 1990 participou de uma seleção de repórteres e atuou por algum tempo na extinta TV Ouro Verde. Em 1993, fez uma passagem pela TV Paragominas. Entre 1993 e 1997 abdicou dessas atividades para se dedicar mais à família e a outros trabalhos. Já no ano de 1997, mudou-se para a região metropolitana de Recife-PE, onde voltou a atuar no rádio, chegando a ser vice-presidente da Federação das Rádios Comunitárias de Pernambuco – FERCOM. Morou em Pernambuco de 1997 a 2010. Atuou ainda como assessora de comunicação de prefeituras, produziu e assessorou artistas e produziu shows e eventos.

O ano de 2010 foi outro ponto de virada na sua vida. Naquele ano, retornou para o município de Paragominas e, depois de 17 anos separada, casou-se pela segunda vez e com o mesmo marido, pai de suas duas filhas, com quem vive “muito bem, obrigada!”. Logo, então, mudou-se para Almeirim, onde trabalhou na assessoria de comunicação da prefeitura. Permaneceu naquele município até 2013 quando precisou voltar para Paragominas depois de um golpe muito forte para ela e toda a família, a morte da sua irmã caçula, Suely, de quem cuidou como uma mãe.

Nos próximos 3 anos, ela tentou ser dona de casa, tarefa árdua para quem tem nas veias a arte da comunicação. Até que, em 2016, foi convidada por Jorge Quadros para assumir a coluna Paragominas no site jorgequadros.com.br. O combinado seria que ela ficasse com a coluna por 3 meses que acabou se convertendo em 2 anos. Então, em 2018, nasceu o site noticiasdiarias.com.br. Naquele primeiro momento, levava o nome da autora, e agora, é o site conhecido de todos. A sua volta ao rádio aconteceu no dia 3 de maio de 2021, a convite de Giselly Oliveira, com o programa “Manhã Clube”, na Rádio Clube FM.

Chegamos em 2022, ano histórico, de eleições gerais, protestos e ano de Copa do Mundo. É nesse cenário que a nossa amiga completa suas 50 primaveras. Uma história poética que daria um belo livro. E por falar em livro, é isso o que tem reservado para o futuro. Ela me revelou que tem um sonho: contar a história da nossa cidade a partir do ponto de vista de alguns personagens ainda vivos, coisas que eu e você vivenciamos, uma sociedade pós Célio Miranda. Se era segredo, ela não me disse, agora é tarde. Fica aqui a deixa para nossa amiga. E embrulhados no mesmo pacote, os meus votos de muitas felicidades. Parabéns, Celinha Santos!

Jorginho Quadros
Seu amigo e admirador

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