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TRE do Pará promove atendimento na Aldeia Indígena Cajueiro, em Paragominas

No local vive o povo da etnia Tembé, que recebeu serviços como alistamento eleitoral, revisão, emissão de certidão de quitação, entre outros, e ações do Programa Te Liga, Jovem!
Foto: Thalles Puget / Ascom TRE do Pará

Com a proximidade do fechamento do Cadastro Eleitoral no próximo dia 4 de maio, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará) tem intensificado suas ações itinerantes em busca da regularização de eleitores em todo o estado. Além disso, tem promovido ações para conscientizar crianças e jovens sobre a importância do voto, através dos Programa Nacional Eleitor do Futuro e Te Liga, Jovem! Uma das áreas atendidas pelo Tribunal, no último dia 10 de abril, foi a Aldeia Indígena Cajueiro, localizada a cerca de 140 quilômetros da sede do município de Paragominas, no nordeste paraense, com acesso somente por estrada de terra batida.

A aldeia faz parte da Terra Indígena Alto Rio Guamá – TIARG, que abrange 279 mil hectares dos municípios paraenses Garrafão do Norte, Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas, entre a margem direita do rio Guamá e a margem esquerda do rio Gurupi, no limite com o Maranhão. Na aldeia, vivem cerca de 350 indígenas e o espaço funciona como seção eleitoral com 302 eleitores, não apenas do Cajueiro, mas também de outras aldeias próximas. Todos são da família linguística Tupi-Guarani, pertencentes aos povos Guajá, Ka’apor e Tembé.

A presidente do TRE do Pará, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, e o diretor geral, Felipe Brito, estiveram no local, onde foram recebidos com música e dança pelos indígenas, como forma de agradecimento. “Estamos muito gratos por essa iniciativa, muito mesmo por vocês terem vindo aqui ensinar nossos jovens e crianças a usar a urna”, disse o cacique Reginaldo Tembé. “Estamos muito felizes e queremos agradecer, porque essa é a primeira vez que recebemos esses serviços aqui e esperamos que isso possa ocorrer outras vezes”, completou o cacique geral, Kaparaí Tembé.

A presidente do Tribunal também agradeceu por ter tido a oportunidade de conhecer de perto a cultura do povo Tembé e reforçou a necessidade de levar ações de cidadania a todas e todos os moradores do Pará. “Essa ação mostra como a Justiça Eleitoral é uma justiça cidadã, empenhada em trazer a real democracia a todo a população do nosso estado”, enfatizou.

Logo em seguida, a desembargadora foi convidada por duas guerreiras da aldeia, Érika Tembé e Valsanta Tembé, para participar de um canto guerreiro e recebeu uma pintura de guerreira no rosto e uma tiara indígena. Em agradecimento, a presidente do TRE entregou camisas do Programa Nacional Eleitor do Futuro para os dois caciques.

O chefe do Cartório da 42ª Zona, que abrange a aldeia, José Gomes de Oliveira Filho, também acompanhou a ação. Ele destacou que Cajueiro é uma das três sessões que funcionam na área do povo Tembé. “Isso explica o fato da aldeia ter entre 300 e 350 moradores e 302 eleitores, porque muitos dos que votam aqui são de outras aldeias próximas”, explicou.

A ação direcionada para atender a população em geral foi a oferta de serviços como o alistamento eleitoral, revisão, transferência e emissão de certidão de quitação. Um dos moradores do local beneficiado pela ação foi o professor Naldo Tembé. “Meu título já estava totalmente gasto e precisava tirar um novo, porque sei da importância de votar, de escolher nossos representantes, pois só assim conseguiremos garantir saúde e educação para o nosso povo indígena”, ressaltou ele, com o novo título nas mãos.

Também houve ações, que tiveram apoio do Unicef, sob a orientação da Escola Judiciária Eleitoral (EJE), por meio do Programa Eleitor do Futuro – conjunto de ações e atividades de educação cidadã, abrangendo questões ligadas à democracia, política, cidadania e a importância do voto livre e consciente. As ações iniciaram pouco depois das 7h da manhã, com palestras direcionadas para crianças e, em seguida, para adolescentes. Na ocasião, eles tiveram a oportunidade de conhecer uma urna eletrônica de perto e entender o seu funcionamento.

Paragonorte

A comunidade rural de Paragonorte, a 120 Km de Paragominas, esteve na rota dos atendimentos itinerantes feitos na sexta-feira (8) pelo TRE do Pará, que levou serviços da Justiça Eleitoral para o local. Além disso, a EJE, por meio do Projeto Nacional Jovem Eleitor do Futuro, atuou com orientações sobre como funciona a urna eleitoral.

A ação ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil Osmundo Vicente, no centro da agrovila, que tem acesso somente por estrada de terra. No total, 922 eleitores votam em três zonas eleitorais na vila. Muitos deles compareceram ao local em busca de serviços como transferência, primeira e segunda via de título de eleitor, entre outros.

Um deles foi a auxiliar operacional de serviços gerais, Rozinedi Araújo, de 39 anos. “Eu morava em outra comunidade rural, a Caip, e por isso, votava lá, mas já estou aqui há 15 anos e ainda não tinha conseguido transferir meu título para cá. Mas agora nessa ação finalmente consegui”, comemorou.

A agricultora Josiane da Silva, de 26 anos, se mudou de uma comunidade no município de Nova Esperança do Piriá, para Paragonorte, há mais de cinco anos e desde então não votou mais. “Não conseguia ir para lá, devido a distância, então só justificava meu voto, por isso vim aqui para fazer a transferência e poder votar aqui mesmo na comunidade”, contou.

Patiani Coutinho, de 30 anos, está morando há pouco tempo na agrovila vinda de São Paulo e aproveitou a oportunidade para transferir o título de eleitor para lá. “Estou como presidente de uma associação da Vila 28, aqui em Paragonorte, por isso soube da ação e aproveitei logo para fazer a transferência”, explicou.

O serviço mais procurado pelos eleitores da Paragonorte foi a transferência. “Houve procura por todos os serviços, inclusive pelo alistamento, mas a maioria foi mesmo pela transferência”, explicou a chefe de cartório, Priscila Fonseca, que atuou na ação.

A EJE usou duas urnas eleitorais para orientar as eleitoras e eleitores sobre o funcionamento desse equipamento. “Tiramos dúvidas e auxiliamos sobre como será a eleição deste ano, que terá cinco candidatos para votar. Estamos fazendo isso por meio de uma eleição fictícia para que as pessoas possam ver na prática como será a eleição”, destacou Ângela Ferrão, da EJE.

Gabriel Lima, de 18 anos, compareceu ao local para tirar o título pela primeira vez e votar nas próximas eleições em outubro, e aproveitou para receber as orientações necessárias. “Nunca votei, tinha só uma ideia de como é, mas não sabia. Agora tirei todas as minhas dúvidas”, assegurou.

No dia 11, o TRE levou ainda atendimentos para moradores da Comunidade Rural Caip, a 80 quilômetros da sede, onde os moradores locais vivem basicamente da produção de farinha e mel de abelha.

Este mês, até o fechamento do cadastro eleitoral, o Tribunal manterá os atendimentos itinerantes, passando por municípios como Novo Repartimento, Rio Maria, Santana do Araguaia, São João do Araguaia, Bannach, Santa Cruz do Arari, São Caetano de Odivelas, Acará, Tailândia, Cametá, Aveiro, Altamira, Brasil Novo, Óbidos e Marituba.

Ascom TRE do Pará.

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