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Governo e clubes de futebol do Pará assinam documento que regulamenta acesso aos Espaços TEA do Mangueirão

Sespa, Secom, Seel, MPPA, FPF e diretores de Remo, Paysandu e Tuna assinaram a instrução normativa elaborada pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, da Sespa
Foto: Alex Ribeiro / Ag. Pará

Foi assinada, nesta quarta-feira (3), a instrução normativa que orienta o acesso e permanência nas salas de acomodações sensoriais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras deficiências, no Mangueirão.

O documento foi assinado por representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SESPA), Secretaria de Comunicação (SECOM), Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL), Ministério Público do Estado do Pará, Federação Paraense de Futebol e diretores de Paysandu Sport Club, Tuna Luso Brasileira e Clube do Remo no Mangueirão.

A instrução normativa é um documento elaborado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, da Sespa, que orienta sobre o acesso e permanência aos Espaços TEA, no Estádio Estadual Jornalista Edgar Proença – Mangueirão, assim como, fornece subsídios técnicos sobre condutas, abordagens e legislações que garantem os direitos desse público.

Segundo Nayara Barbalho, coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo, o Espaço TEA é um serviço inédito em estádios no Brasil e o acesso precisa ser organizado respeitando a capacidade do local. “O Mangueirão é o primeiro estádio estadual do Brasil com dois espaços de acomodação sensorial, por isso é importante que todos os atores entendam as regras de acesso e permanência. Ficou definido com os clubes e está explicado na instrução normativa que o espaço será disponibilizado de maneira igualitária para cada time, sendo que cada sala tem a capacidade de acomodar quatro pessoas com deficiência e um acompanhante para cada”.

O secretário de Estado de Saúde Pública, Romulo Rodovalho, explica que o Estado do Pará é referência na implementação de políticas públicas para pessoas com TEA.

“Com a reforma do Mangueirão, veio junto a modernização e esse espaço inclusivo que é extremamente positivo para o Pará, que já é vanguardista em políticas e atendimentos para pessoas com autismo. Vamos incentivar que este espaço seja utilizado, seguindo as regras e para o público ao qual ele é destinado”, avalia o secretário.

Para a assinatura do documento, os representantes dos principais clubes paraenses foram convidados. Alexandre Klautau Leite, diretor de eventos do Paysandu, acompanhou o momento e ressaltou a importância da participação dos times. “O clube está sempre disposto a fazer parcerias que promovam a inclusão dos torcedores, por isso tanto o Governo do Estado, quanto a Secretaria de Saúde, podem contar com a gente”, disse.

O diretor de eventos da Tuna Luso Brasileira, Márcio Jordão, destaca o trabalho do clube na inclusão no esporte. “A Tuna já tem quase 10 anos de trabalho voltado para a inclusão de
pessoas com autismo e com deficiências em atividades esportista e estamos aqui para colaborar e contribuir”.

O Mangueirão conta com duas salas de acomodação sensorial voltada para torcedores com deficiência, o novo espaço conta com isolamento acústico, que reduz o barulho externo, ferramenta de redução da iluminação, sofás, televisores, pintura diferenciada, além de monitores da saúde. As salas ficam em dois camarotes com fácil acesso por rampas e localizado ao lado oposto onde costumam ficar as torcidas organizadas, o novo espaço tem ainda adaptações ambientais, a exemplo da vedação acústica, dimmer e caixa de som para regular a intensidade visual e sonora.

A obra foi realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Obras Públicas (Sedop) e Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). “O governo teve tantos avanços em uma pauta que nunca havia sido tratada no estado, e conseguimos tornar o Mangueirão um estádio inclusivo. Hoje temos áreas específicas para cadeirantes, rampas de acesso, pisos táteis, fizemos os Espaços TEA, temos monitores e ainda temos muito para avançar daqui pra frente”, destaca Cássio Andrade, Secretário da Seel.

Saiba mais sobre como acessar esse espaço:

– COMO É O ACESSO AO ESPAÇO TEA?

No Espaço TEA, pessoas com autismo e/ou pessoas com deficiência que apresentem dificuldades sensoriais, juntamente com um acompanhante, poderão usufruir de dois camarotes adaptados, nos dois lados do estádio (lado A e lado B) até atingir sua capacidade máxima estipulada (8 pessoas em cada camarote).

– COMO É O ACESSO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AO MANGUEIRÃO?

Segundo informações da Secretaria de Esporte e Lazer – SEEL, a responsabilidade da comercialização dos ingressos, orientações e controle de acesso dos torcedores ao estádio são de responsabilidade dos clubes por motivos de cedência do estádio através de termo de
permissão de uso de bem público, com ônus de ressarcimento ao erário público, pelo clube mandante. Seguindo essa mesma lógica, os torcedores com autismo e seus acompanhantes que quiserem fazer uso dos Espaços TEA deverão solicitar os ingressos através de um cadastro online, no qual, o clube se responsabilizará em publicar 1 (um) dia antes a listagem com os nomes dos beneficiados seguindo a ordem cronológica de cadastro para retirada na sede do clube.

O acesso ao Mangueirão para as pessoas que portarem os ingressos do Espaço TEA ocorrerá nos Pórticos Principais, sendo portão principal Lado A e Portão principal Lado B. Além do ingresso, também é necessária a apresentação de documento que identifique a condição de pessoa com deficiência (carteira de identificação, laudos ou outros).

– QUAIS AS ACOMODAÇÕES DO ESPAÇO TEA?

Os camarotes dispõem de melhor conforto visual e auditivo (com recursos de regulação do nível do som e da luz), de recursos terapêuticos como abafadores, fidget toys, puffs e lycras sensoriais.

– QUAL O PÚBLICO ALVO?

Crianças, jovens, adultos e idosos com diagnóstico fechado ou em investigação para Transtorno do Espectro Autista e outras pessoas com deficiências que apresentarem sobrecargas e desconfortos sensoriais.

– QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM ESPAÇO DESSES?

Além das dificuldades na interação social, na comunicação social e padrões estereotipados e repetitivos, pesquisas sugerem entre 45% a 96% das pessoas com TEA a presença de características sensoriais atípicas (BEN-SASSON et al., 2009; SCHAAF, BENEVIDES, et al., 2014), portanto, considerando que o ambiente do estádio é um ambiente repleto de informações visuais, auditivas e com aglomerações, a adoção de estratégias e acomodações sensoriais consiste em importantes ferramentas para a promoção de conforto, prevenção e redução de sobrecargas sensoriais, evitando crises, comportamentos inadequados e fugas e proporcionando engajamento em atividades de lazer e participação social.

(SESPA)

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