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Sistema global de rastreamento de metano da ONU está pronto para transformar a revolução de dados em ação climática

Utilizando alta tecnologia, o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano revela os primeiros dados públicos e prova um enorme potencial para reduzir as emissões e impulsionar a ação climática.

1.500 plumas de metano foram identificadas no primeiro ano, 127 foram notificadas às autoridades em quatro continentes e há exemplos de ações concretas em campo.

Número de empresas de petróleo e gás que se comprometem a medir e reduzir com credibilidade as emissões de metano dobra para 120, representando quase 40% da produção global.

O trabalho para preencher as lacunas de informação global inclui o Índice de Fornecimento de Metano para permitir que as autoridades identifiquem a pegada de fornecimento e as primeiras campanhas de medição de metano na África Subsaariana e no Oriente Médio.

Dados de alta tecnologia, acessíveis e confiáveis, que informam países, empresas e o público sobre as emissões, podem revolucionar os sistemas de monitoramento, acelerar a ação climática e responsabilizar os poluidores, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Lançado por meio do Observatório Internacional de Emissões de Metano do PNUMA (IMEO, na sigla em inglês) no ano passado, o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano (MARS, na sigla em inglês) coloca dados de metano de satélite nas mãos das autoridades para limitar as emissões antropogênicas de um poderoso gás de efeito estufa responsável por um terço do aquecimento global atual.

Lançado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai, De olho no metano: o caminho para a transparência radical destaca como a combinação de tecnologia pioneira e o poder de convocação da ONU pode preencher grandes lacunas de conhecimento sobre emissões de metano e desencadear ações na escala e velocidade necessárias para cumprir promessas climáticas essenciais.

“Como o metano é tão poderoso, mas tem uma vida na atmosfera muito mais curta do que o dióxido de carbono, reduzir as emissões agora é crítico para limitar as temperaturas globais na próxima década, e antes de cruzarmos pontos de inflexão globais irreversíveis, para evitar uma catástrofe climática. Sem dupla ação sobre metano e dióxido de carbono, não há caminho viável para a estabilidade climática”.

– Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

As emissões globais de metano devem ser reduzidas em 40% a 45% até 2030 para alcançar caminhos econômicos que limitem o aquecimento global a 1,5°C, de acordo com a Avaliação Global do Metano do CCAC/PNUMA. 

Historicamente, os dados disponíveis sobre as emissões de metano têm sido amplamente baseados em fatores de emissões genéricos que a ciência revisada por pares provou repetidamente subestimar dramaticamente os níveis medidos.

“A União Europeia é uma apoiadora orgulhosa da próxima revolução dos dados de metano. Irá certamente acelerar a redução das emissões, graças a uma nova geração de satélites combinada com uma maior transparência das empresas no monitoramento, comunicação de informações e redução das suas emissões”, declarou Kadri Simson, comissária de Energia da União Europeia. 

O metano atmosférico está em seu nível mais alto registrado na história e representa sérias ameaças à qualidade do ar e à saúde humana. É o segundo maior impulsionador do aquecimento global causado pela atividade humana, depois do dióxido de carbono (CO2), e no curto prazo mais de 80 vezes mais poderoso que o CO2.

“Desde o lançamento do Global Methane Pledge na COP26, vimos avanços incríveis em ferramentas e tecnologias que podem fornecer dados aplicáveis de metano. Como mostra seu trabalho com o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano, o IMEO está desempenhando um papel crítico ao reunir esses dados e colocá-los nas mãos daqueles em posição de agir sobre eles”, disse Rick Duke, enviado especial adjunto dos EUA para o clima.

O relatório revela os primeiros dados públicos do MARS como parte da plataforma IMEO Methane Data para que as detecções de emissões de metano, alertas enviados a países ou empresas sobre eventos e subsequentes ações climáticas sejam acessíveis a todos.

Em seu primeiro ano-piloto focado principalmente no setor de energia, o IMEO identificou muitas oportunidades para a mitigação de emissões de metano e cerca de 1.500 plumas de metano, e enviou notificações MARS em quatro continentes para mais de 120 plumas.

Exemplos de transformação de dados de satélite em ações climáticas significativas no terreno incluem um alerta ao governo da Argentina sobre um vazamento em uma instalação de petróleo e gás. O alerta foi repassado à empresa responsável, que corrigiu o vazamento e criou um plano de prevenção de longo prazo. O PNUMA forneceu monitoramento contínuo por satélite que confirmou que as emissões de metano no local haviam parado.

O IMEO do PNUMA também está apoiando as primeiras campanhas de medição de metano em várias escalas já realizadas na África Subsaariana e no Oriente Médio. Também está desenvolvendo a metodologia para um Índice de Oferta de Metano para permitir que as autoridades identifiquem a pegada de metano proveniente de fornecedores.

O IMEO está expandindo seu trabalho com os países para produzir estudos de linha de base multissetoriais projetados para fornecer visões gerais abrangentes das emissões de metano e metodologias que diminuirão as lacunas de conhecimento científico e regional. Além desse lançamento inicial dos dados MARS no portal IMEO Methane Data, o IMEO disponibilizará regularmente novos dados ao público para continuar aumentando a responsabilização e demonstrar a oportunidade de ação em relação ao metano.

“A Nigéria tem orgulho de fazer parceria com o IMEO do PNUMA e a Comissão Europeia em um novo projeto para realizar um estudo de medição de linha de base das emissões de metano. Os dados dessa campanha serão fundamentais para impulsionar a ação da Nigéria em relação ao metano e cumprir seus compromissos como Campeã do Compromisso Global com o Metano”, afirma Balarabe Abbas Lawal, ministro do Meio Ambiente da Nigéria.

As atividades humanas nos setores de agricultura, resíduos e combustíveis fósseis são responsáveis por mais da metade das emissões globais de metano. A taxa atual de atividade humana pode fazer com que os níveis de metano aumentem até 13% entre 2020 e 2030, quando precisariam cair de 30% a 60% nesse período para limitar o aquecimento global a 1,5 °C.

As operações de combustíveis fósseis provavelmente precisariam fornecer cerca de metade dessa redução nas emissões de metano e a tecnologia existente, muitas vezes de baixo custo, poderia ser usada para reduzir mais de três quartos das emissões de metano das operações de petróleo e gás e metade das emissões de carvão.

(ONU no Brasil)

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